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Revirando a estante - Amar o Inútil - Lygia Fagundes Telles - por Jéssica Rufino



Amar o Inútil
 Baseado no texto de Lygia Fagundes Telles

Jéssica Rufino





INÚTIL

Lygia Fagundes Telles em um belo texto sobre “Amar o inútil”, nos mostra a delicadeza das coisas que realmente importam na vida, assim com base no que diz Lygia, neste pequeno e maravilhoso texto, tomo a idéia de Ligia e me ponho a pensar que também tenho um carinho especial pelas coisas aparentemente inúteis.

Dobro papéis coloridos com amor e alegria, monto móbiles de Tsurus e saio pendurando móbiles coloridos por onde passo. “As pessoas, apressadas, não entendem nada, mas pensam: “que inútil” – “Ela não ganha nada com isso” – “ Isso não vale nada”.

Mas só eu sei a magia que encontro ao fazer dobra a dobra em um papel quadrado qualquer e depois vê-lo transformado em um delicado Tsuru ( Pássaro da esperança e da sorte no Japão), dizem que quem faz mil tsurus realiza um grande desejo, não sei se é verdade, mas continuo fazendo os meus, parece inútil, porém refresca a alma.

Realmente amo o inútil!

Nada como ficar horas vendo o pôr-do-sol, sem pressa e sem preço. Afinal são as coisas inúteis que costumam guardar a beleza da vida.

Inútil ficar horas escrevendo histórias que ninguém lerá, nada se ganha, não tem valor financeiro, porém para almas inquietas, que sonham e pensam além das fronteiras do dia-a-dia, escrever é essencial.

Amar o inútil em um mundo onde tudo exige rapidez e utilidade é exercício raro. Exercício daqueles que não querem morrer sem praticar a delicada arte de amar o que não tem preço. Daqueles que passam horas lendo um romance, que levam dias ou meses para descobrir o desfecho da narrativa. Daqueles que passam a vida cuidando de algo ou alguém, apenas por amor. Daqueles que acordam cedo e param para ver os pássaros contando e o sol subindo no céu. Daqueles que colaboram para um mundo melhor sem se preocupar com o que vão ganhar em troca, pois a retribuição não é necessária para quem ama o inútil, que é na verdade a atitude mais útil que se pode ter.

Por isso, assim como a grande Lygia Fagundes Telles, também amo o inútil e minha vida é muito mais feliz e colorida por isso. Afinal segundo Lygia “no inútil está a beleza”.


                                                     




1 comment

Beto 19 de setembro de 2014 às 12:44

Nossa que texto fantástico, me identifiquei muito com ele. Obrigado por compartilhar essa ideia da Lygia, sem dúvida ela escreve muito bem.

Abraços

www.blogcoisastriviais.blogspot.com

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